Um dos
conceitos centrais da filosofia de gênero de Julius Evola é a distinção entre
homem absoluto e mulher absoluta. Mas ele raramente dá definições explícitas
desses termos. Homem e mulher absolutos podem ser associados a Formas
Platônicas, assim defini-los pode ser tão difícil quanto definir Justiça,
Verdade, ou Amor.
O termo
"mulher absoluta" inspira mais controvérsia do que "homem
absoluto". Dado que o princípio masculino é associado com luz, bondade, e
atividade, enquanto o princípio feminino é associado com escuridão, maldade, e
passividade, as feministas podem facilmente afirmar que a opiniões de Evola são
inerentemente misóginas. Outro ponto de controvérsia é a influência de Otto
Weininger sobre Evola. O próprio Evola admite que Weininger deve ser lido
criticamente devido a seu "complexo misógino inconsciente".
É
importante abordar os escritos de Evola a respeito das mulheres para que suas
opiniões sejam corretamente compreendidas. Dado que ele opunha-se ao feminismo
emergente de seu tempo, seria fácil para aqueles não familiares com suas idéias
inferir que Evola também era anti-mulher. Ao explicar suas opiniões e não
ignorar quaisquer pontos que de fato soem misoginistas (como é o caso com
alguns dos devotos de Evola) a Nova Direita pode solidificar os termos do
discurso e elucidar precisamente sua posição.
Evola
sobre a Composição dos Seres Humanos
A mais
simples definição de "mulher absoluta" é o princípio feminino, a
força feminina do universo. O homem e a mulher individuais possuem graus
variáveis do homem e da mulher absolutos, ainda que o princípio feminino
usualmente seja a força subjacente nas mulheres.
No mundo
moderno (a Kali Yuga) essas forças aparecem em formas mais degeneradas e também
não manifestam-se sempre apropriadamente. Em verdade, Evola disse que
"casos de desenvolvimento sexual completo são raramente encontrados. Quase
todo homem porta alguns traços de feminilidade e cada mulher resíduos de
masculinidade... os traços que são considerados típicos para a psique feminina
podem ser encontrados no homem tanto quanto na mulher, particularmente em fases
regressivas de uma civilização". Ademais, estes "manifestam-se
diferentemente dependendo da raça e do tipo de civilização".
Para
compreender a influência da "mulher absoluta" é primeiro necessário
compreender a concepção de Evola sobre o ser humano. Ele sustentava que os
humanos são compostos de três partes:
1. o
indivíduo exterior (a personalidade, ou ego).
2. o
nível do ser profundo, o assento do principium individuationis. Essa é a
verdadeira "face" de uma pessoa em oposição à máscara do ego.
3. o
nível das forças elementares que são "superiores e anteriores à
individuação, mas que atuam como o assento último do indivíduo".
É no
terceiro nível, o das forças elementares, em que a atração sexual é despertada.
Assim é aque que as forças elementares que compreendem o homem ou mulher
absolutos estão localizadas. Isso é congruente com a descrição de Evola de
algumas mulheres modernas, que são capazes de desenvolver habilidades
"masculinas" como a lógica ou o intelectualismo. Ele diz que elas
fizeram-o "através de uma camada situada sobre sua natureza mais
profunda". Porém, elas não foram bem sucedidas em alterar sua natureza
fundamental, apenas sua personalidade superficial.
Um Ponto
de Partida Metafísico para Macho e Fêmea
Segundo
doutrinas Tradicionais, os sexos eram forças metafísicas antes de terem
manifestado-se no mundo. O homem e a mulher absolutos existiam desde o início
do tempo, quando o Uno Universal dividiu-se em uma Díade, que então causa o
resto da criação. Na maioria das formas de Hinduísmo, Shiva, o princípio
masculino, é identificado com o puro Ser. Shakti, o princípio feminino, é
identificado com o Devir e a Mudança. De modo similar, Aristóteles associava o
princípio masculino com a Forma e o feminino com a Matéria. Segundo Evola,
Forma significa "o poder que determina e desperta o princípio da moção, do
desenvolvimento, do devir" enquanto Matéria significa "a substância
ou poder que, sendo desprovida de Forma em si mesma, pode assumir qualquer
Forma, e que em si mesma não é nada mas pode tornar-se tudo quando é despertada
e fecundada". Na tradição do Extremo Oriente, o Yang (o princípio
masculino) é associado com o céu, enquanto o Yin (o princípio feminino) é
associado com a terra. Assim, Forma e Matéria combinaram-se para criar o
universo manifesto. E do coito entre Shiva e Shakti "emerge o mundo".
(Isso está em contraste com Oswald Spengler, que acreditava que o Devir era o
elemento essencial, ao invés do Ser).
O
princípio masculino é associado com verdade, luz, o Sol, virilidade, atividade,
e estabilidade. Às vezes é associado com o Uno Universal que existia antes da
Díade. A qualidade feminina é associada com a malícia, mutabilidade, a Lua, a
terra, escrudião, umidade, passividade e dependência em outro. Nas palavras de
Evola:
Essas
forças então manifestam-se em homens e mulheres reais. Mas Evola é claro em
sustentar que o homem e a mulher absolutos não são simplesmente aspectos de
caráter. Ao invés, eles são "elementos objetivos atuando em indivíduos
quase tão impessoalmente quanto as propriedades químicas inerentes em uma
substância particular". Como Evola diz:
"(...)
antes e além de existir no corpo, o sexo existe na alma e, em certa medida, no próprio
Espírito. Nós somos homens ou mulheres interiormente antes de sermos assim
externamente; a qualidade do macho ou fêmea primordial penetra e satura o todo
de nosso ser visivelmente e invisivelmente...tanto quanto uma cor permeia um
líquido".
Enquanto
tal, a mulher absoluta não é simplesmente um conceito idealizado de mulher. Ela
é definida do divino ao humano, e não é uma concepção humana de algo divino.
Descrição
Evoliana da Mulher Absoluta
A mulher
absoluta é a régua pela qual todas as mulheres devem ser medidas. Evola
escreve, "a única coisa que nós podemos fazer é estabelecer a
superioridade ou inferioridade de uma dada mulher com base nela ser mais ou
menos próximo ao tipo feminino, à mulher pura e absoluta, e o mesmo aplica-se
ao homem também". Ademais, a superioridade é definida por quão perto
alguém realiza a mulher ou homem absolutos. "Uma mulher que é
perfeitamente mulher é superior a um homem que é imperfeitamente homem, tanto
quanto um camponês que é fiel a sua terra e faz seu trabalho perfeitamente é
superior ao rei que não é capaz de fazer seu próprio trabalho", diz Evola.
Muitas
outras características são associadas com o princípio feminino do que aquelas
descritas abaixo; porém, esses são os primários ressaltados por Evola em seus
escritos sobre o assunto.
As Águas
e a Mutabilidade
A
característica feminina fundamental é a mutabilidade. Assim, a fêmea é
associada com a água, que é fluida, e adapta-se a qualquer forma na qual ela
seja colocada, assim como a matéria/Shakti é moldada pela forma/Shiva. Evola
escreve que a mulher "reflete o feminino cósmico segundo seu aspecto como
material recebendo uma forma que é externa a ela e que ela não produz a partir
de dentro". Isso encaixa-se com a descrição de Carl Jung do animus da
mulher, que não é auto-criado, mas ao invés é uma coleção subconsciente dos
pensamentos dos homens.
Essa
mutabilidade está relacionada com a tendência da mulher em viver por alguém
fora dela, devido à fluidez e mutabilidade de sua natureza. Para Evola, isso
significa seguir o caminho da mãe ou da amante, fixando-se a uma força viril de
modo a obter a transcendência. Em contraste, "a mulher moderna ao querer
ser por ela mesma destruiu-se". Crendo que ela é meramente sua
personalidade, ela perde seu aspecto transcendente.
Essa
mutabilidade é vista na associação do feminino com a água. Segundo Evola, a
água representa "a vida indiferenciada anterior e ainda não fixada em uma
forma", aquilo "que corre ou flui e é portanto instável e
mutável", e "o princípio de toda fertilidade e crescimento segundo a
analogia da ação fertilizadora da água na terra e no solo".
Evola
também descreve a relação correta entre o princípio da água e o do fogo,
associado com o masculino: "quando o princípio feminino, cuja força é
centrífuga, não volta-se para objetos fugidios mas sim para uma estabilidade
'viril' na qual ela encontra um limite para sua 'inquietude'.
Evola
concorda que certas mulheres modernas podem parecer muito imutáveis, mas
insiste que isso é apenas em um nível superficial do seu ser:
"(...)uma
possível rigidez pode seguir-se à recepção de idéias devido precisamente ao
modo passivo pelo qual ela adotou-as, o que pode aparecer sob o disfarce de
conformidade e conservadorismo. Desse modo, nós podemos explicar o contraste
aparente inerente no fato de que a natureza feminina é mutável, e ainda assim
as mulheres demonstram majoritariamente tendências conservadores
sociologicamente e um desdém pelo novo. Isso pode ser ligado a seu papel na
mitologia como figuras femininas como Deméter ou de tipo ctônico que guardam e
vingam os costumes e a lei - a lei do sangue e da terra, mas não a lei
urânica."
Assim,
uma mulher pode ser razoavelmente imutável em suas crenças sobre a sociedade,
etiqueta, e moralidade, mas carecerá de uma ligação a uma verdade
transcendente. Muitas das idéias femininas concernentes a verdades sociais como
honra e virtude "não são ética verdadeira, mas meros hábitos", diz
Evola.
Essa
mutabilidade das mulheres explica a noção de que as mulheres são ao mesmo tempo
mais piedosas e mais cruéis que os homens; como a mulher é associada com a
terra, ela expressa tanto a ternura da mão como a crueldade da natureza. O
melhor exemplo dessa dualidade é a Deusa grega Ártemis, que era ao mesmo tempo
protetora dos animais selvagens e caçadora.
Talvez a
característica mais controversa da mulher absoluta de Evola, que ele pega de
Weininger, é uma concepção comum através da história: de que a mulher não
possui alma, ou ser. Weininger afirma que a mulher não possui ego, referindo-se
ao Ego Transcendental de Immanuel Kant, que Evola descreve como "acima de
todo o mundo fenomênico (em termos metafísicos dir-se-ia 'acima de toda
manifestação', como o atman hindu)". Em algumas escolas de Hinduísmo, o
atman (ou "eu superior") é idêntico com o Brahman, a alma infinita do
Universo. Em outra concepção hindu, o atman é o princípio vital. Como a
existência manifesta seria impossível sem o atman, essa descrição da mulher como
carente de Ego Transcendental não deve ser tomado para querer dizer que as
mulheres são incapazes de desenvolver ou solidificar esse aspecto, ainda que
elas estejam em desvantagem em relação aos homens. Também, na Kali Yuga, todas
as pessoas estão o mais possivelmente removidas do divino, então os homens e
mulheres modernos estão provavelmente na mesma posição de partida em termos de
desenvolvimento do Ser.
Evola
expande a noção, afirmando que se alma significa "psique" ou
"princípio vital", então "isso significa na verdade que a mulher
não apenas tem uma alma mas é eminentemente 'alma'", enquanto o homem não
é uma alma mas um "espírito". Ele continua: "o ponto que
acreditamos ter fixado é o de que a mulher é uma parta da 'natureza' (em um
sentido metafísico ela é uma manifestação do mesmo princípio que a natureza) e
que ela afirma a natureza, enquanto o homem por virtude de nascimento na forma
humana masculina vai tendencialmente para além da natureza".
Malícia e
uma Conexão com a Verdade
Outro
atributo da mulher absoluta é a falsidade. Em verdade, Evola afirma que ele é
tão essencial que mentir tem sido reconhecido como uma característica essencial
na natureza feminina "em todos os tempos e em todos os lugares pela
sabedoria popular". Segundo Weininger, essa tendência é devida a sua
carência do ser. Sem essência fixa, a maioria das mulheres (e dos homens
modernos) não está ligada a nenhuma verdade transcendente, e portanto não há
nada contra o que mentir - a Verdade existe apenas quando possui-se substância
e valores. Nas palavras de Evola:
"(...)Weininger
observou que nada era mais desconcertante para um homem do que a reação de uma
mulher quando pega mentindo. Quando questionada sobre o porquê da mentira, ela
é incapaz de compreender a pergunta, age assustada, começa a chorar, ou tenta
pacificá-lo sorrindo. Ela não consegue compreender o lado ético e transcendente
de mentir ou o fato de que a mentira representa um dano ao Ser e, como era
reconhecido no antigo Irã, constitui um crime até mesmo pior que o
homicídio...A verdade, pura e simples, é que a mulher é predisposta a mentir e
a disfarçar seu verdadeiro eu até mesmo quando ela não precisa fazê-lo; esse não
é um traço social adquirido na luta pela existência, mas algo ligado a sua
natureza mais profunda e genuína".
Essa
qualidade de falsidade, ainda que brote da estrutura fundamental das mulheres,
não deve implicar que deve ser aceita como um traço dado de todas as mulheres,
como alguns dos escritos de Weininger implicam. Pois, tanto quanto o homem, o
objetivo último da existência de mulher é conectar-se com e viver pelo
transcendente, o que requer uma fixação que não pode admitir a falsidade.
Intuição
Feminina, Ética e Lógica Masculinas
Outra
idéia que Evola pega de Weininger é a noção de que a mulher absoluta, já que
ela carece de ser, também carece de memória, lógica e ética. De modo a explicar
isso, Evola distingue entre dois tipos de lógica: lógica quotidiana, que as
mulheres podem usar muito bem sucedidamente (ainda que às vezes como um
"sofista") e "lógica como um amor à pura verdade e à coerência
interior". Essa distinção pode mais comumente ser vista quando as mulheres
usam a lógica em discussões como um meio para fins pessoais, ao invés de chegar
a uma verdade para além de seus desejos. Evola escreve que:
"(...)
a mulher, na medida em que é mulher, jamais conhecerá a ética no sentido
categórico de uma lei interior pura distanciada de qualquer conexão empírica,
eudemonística, sensitiva, sentimental e pessoal. Nada na mulher que possa ter
um caráter ético pode ser separado do instinto, do sentimento, da sexualidade,
da 'vida'; ela não pode ter relação com o puro 'ser'."
A
ferramenta primária de cognição da mulher não é a lógica, mas intuição e
sensitividade.
Ao
explicar a memória, Evola volta-se para Henri Bergson, que descreveu dois tipos
de memória. Uma é mais comum nas mulheres: a memória conectada ao
subconsciente, que pode lembrar sonhos, ter premonições, e inesperadamente
lembrar de experiências esquecidas. O segundo tipo de memória, que as mulheres
carecem devido a sua natureza fluida, é 'determinada, organizada, e dominada
pelo intelecto'."
O
Princípio Feminino como Poderoso, Soberano, e Ativo
Geralmente
o princípio feminino é descrito como passivo, e o masculino como ativo. Segundo
Evola, isso é verdade apenas no plano mais externo. No plano sutil, ele diz,
"é a mulher que é ativa e o homem que é passivo (a mulher é 'ativamente
passiva' e o homem 'passivamente ativo')". Em termos hindus o espírito
impassível (purusa) é masculino, enquanto a matriz ativa de cada forma
condicionada (prakriti) é feminina. Assim, para usar a criação de uma criança
como um exemplo, o homem dá sua semente, mas é a mulher que ativamente cria e
dá origem à criança.
A
mitologia suporta o aspecto soberano da mulher. Evola dá os exemplos da deusa
terrestre Cibele levada em uma carruagem puxada por dois tigres domados, e a
deusa hindu Durga sentada sobre um leão com rédeas em suas mãos. Evola afirma
que o homem sabe dessa qualidade soberana da mulher, e "às vezes graças a
uma sobrecompensação neurótica inconsciente por seu complexo de inferioridade,
ele esbnja diante da mulher uma masculinidade ostentosa, indiferença, ou mesmo
brutalidade e desdém. Mas isso garante-lhe a vantagem, ao contrário. O fato de
que a mulher às vezes torna-se uma vítima em um nível externo, material
sentimental ou social, dando azo a seu instintivo 'medo de amar', não altera a
estrutura fundamental da situação".
Associação
com o Demônico e Aspiração
Outra
qualidade "negativa" da mulher absoluta é aquela da aspiração, no
sentido de uma qualidade vampírica, que também é associada com o demônico. Em
um nível profano, em uma forma degenerada, isso poderia ser a mulher que está
constantemente demandando mais de seu marido e de outros - mais tempo juntos,
um carro melhor, uma casa maior, ou mais atenção. Como ela não tem
"alma" (como definida acima), ela deve preencher o vácuo dentro dela
sugando a força vital de outros em um vampirismo emocional, monetário ou
temporal.
Em um
nível metafísico, essa qualidade meramente refere-se ao divino feminino,
Shakti, puxando Shiva para o mundo da manifestação. Assim, isso não é bom ou
ruim, a não ser para Gnósticos ou outras seitas que creem que o mundo criado é
maligno. Como Evola afirma, a mulher "está orientada para a manutenção
daquela ordem que o Gnosticismo, em um pano-de-fundo dualista, chamou o 'mundo
do Demiurgo', o mundo da natureza em oposição àquele do espírito". Esse
elemento demônico é expresso na vida atual quando as mulheres puxam os homens
para o reino da terra, da natureza e das crianças. Isso é expresso no sexo
quando a semente do homem é sugada para dentro da mulher, criando uma criança
ligada à natureza. "Ainda que a 'mulher' possa dar a vida," Evola
escreve," ela fecha ou tende a fechar o acesso para aquilo que está além
da vida".
Em
algumas doutrinas orientais, a semente do homem é pensada como sendo a
virilidade espiritual - daí a formação de seitas que ensinam os homens a reter
essa força para alcançar a liberação ao invés de gastá-la através da ejaculação.
Mulheres apropriadamente treinadas são ditas capazes de capturar essa essência
durante o sexo, então seduzindo o homem em desistir de sua virilidade.
O aspecto
positivo desse traço está na habilidade feminina de superá-lo, mais comumente
seguindo o caminho da mãe ou da amante. Nas ações requeridas por esses caminhos
(se seguindo-os em uma atitude de auto-sacrifício e não de
auto-engrandecimento), ela não mais drena os outros, mas ao invés aprende a
construir uma força vital dentro de si através da renúncia dos desejos. Pelo
abandono do controle do ego/personalidade por ao invés estar devotada a outros,
a mulher é capaz de fixar a si mesma no transcendente.
Como as
outras qualidades da mulher absoluta, aquela da aspiração também pode ser
encontrada no homem, especialmente na Kali Yuga. Evola refere-se às práticas
sexuais encontradas no Taoísmo chinês, na Índia, e Tibet, onde o homem suga a
energia vital feminina de uma mulher durante o sexo, uma técnica que ele
descreve como beirando o "vampirismo 'psíquico' masculino".
O Valor
da Mulher Absoluta no Mundo Moderno
Na Idade
de Ouro, nós podemos imaginar que os elementos metafísicos compreendendo uma
pessoa manifestaram-se do modo apropriado. Em tal época, as classes mais altas
deram origem ao povo mais elevado; a raça era indicativa de uma qualidade
interior correspondente; a beleza exterior atestava uma beleza interior; e o
gênero físico alinhava-se com as qualidades do homem ou mulher absolutos.
Mas na
Kali Yuga, há párias nas classes mais altas, homems que agem como mulheres, e
homens de linhagem ariana que não incorporam quaisquer das virtudes atribuídas
a sua raça. Como Evola diz, é possível para uma pessoa ser de um sexo diferente
fisicamente do que eles são na alma. Esses casos são similares àqueles nos
quais indivíduos de uma raça "possuem características psíquicas e
espirituais de outra raça".
Portanto,
os homens hoje podem não possuir inatamente qualquer semente viril, tanto
quanto as mulheres modernas não expressam necessariamente o princípio feminino
absoluto. Lendo as obras de Evola, então, nós não devemos interpretar
erroneamente o que ele diz sobre o homem e mulher absolutos como correspondendo
com homens e mulheres individuais de hoje. Homens e mulheres modernos são quase
completamente removidos dos aspectos mais profundos de si mesmos, funcionando
apenas como personalidades. Assim, o sexo ou casta de uma pessoa tem pouca
importância em determinar vocações ou relações sociais. Que relevância, então,
as descrições de Evola do homem e mulher absolutos tem no mundo moderno?
Uma
resposta é encontrada na Angst existencial que definiu o século XX. Martin
Heidegger escreveu da vida inautêntica, e Jean-Paul Sartre da má-fé; a maioria
das pessoas hoje ainda enquadram-se na descrição de mera personalidades,
carecendo conexões divinas ou dos meios para encontrá-las. Em um mundo que
perdeu seus valores e sua conexão com a Tradição, descobrir esses princípios em
nossas naturezas interiores torna-se ainda mais importante. Examinando a obra
de Evola, e a de outros Tradicionalistas, nós podemos encontrar nosso caminho de
volta para nossos verdadeiros eus, a verdadeira relação entre os sexos, e uma
conexão com o transcendente.
Traduzido pelos camaradas do blog Legio Victrix
Nenhum comentário:
Postar um comentário