sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Meus Queridos Descamisados...



 
"Mais uma vez estamos aqui reunidos, trabalhadores e mulheres do povo: mais uma vez os descamisados estão nesta praça histórica do dia 17 de Outubro de 1945, para dar a resposta ao líder do povo, que nesta manhã ao concluir a mensagem disse: "Quem quiser ouvir, que ouça; quem quiser seguir, que siga". Aqui está a resposta, meu general. É o povo trabalhador, é o povo humilde da Pátria, que aqui e em todo o país está de pé e seguirá a Perón, o líder do povo, porque ele levantou a bandeira da redenção e da justiça da massa trabalhadora, que o seguirá contra a oposição dos traidores, de dentro e de fora; que na escuridão da noite, querem deixar o veneno de suas víboras na alma e no corpo da Pátria.

Porém, não conseguiram, pois aqui estão presentes os homens e as mulheres do Povo, meu General, para guardar seu sonho e para acompanhar sua vida, que é a vida da Pátria, porque é a vida das futuras gerações que não nos perdoariam, jamais, se não tivéssemos cuidado de um homem com o valor do General Perón, que cunhou os sonhos de todos os argentinos e em especial do povo trabalhador. Se for preciso, faremos justiça com nossas próprias mãos.
 
Eu peço a Deus que não permita que esses insensatos levantem a mão contra Perón, porque se isso ocorrer, meu General, eu sairei com o Povo trabalhador, eu sairei com as mulheres do Povo, eu sairei com os descamisados da Pátria, para não deixar de pé nenhum tijolo que não seja peronista; porque não vamos mais deixar a oligarquia e os traidores, que têm explorado a classe trabalhadora, nos esmagarem; porque nós não vamos nos deixar explorar por aqueles que, vendidos por quatro moedas, servem aos seu amos das metrópoles estrangeiras e entregam o Povo de sua Pátria com a mesma tranquilidade com que venderam o país e suas consciências; porque nós vamos cuidar de Perón mais do que se fosse nossa própria vida; porque nos preocupamos com uma causa que é a causa do Povo, que é a causa da Pátria, que é a causa dos ideais que temos em nossos corações, durante tantos anos. Hoje, graças a Perón, estamos de pé corajosamente.

Os homens se sentem mais homens, nós mulheres nos sentimos mais dignas, porque dentro da debilitação de alguns e da fortaleza de outros, está o espírito e o coração dos argentinos para servir de escudo em defesa da vida de Perón. Eu, depois de um longo tempo sem ter contato com o povo como hoje, quero dizer algumas coisas a meus descamisados, aos humildes que levo dentro de meu coração, tanto nas horas felizes quanto nas horas de dor, nas horas incertas: sempre olhei por eles, porque eles são puros - por serem puros, vêem com os olhos da alma e sabem apreciar as coisas extraordinárias, como o General Perón. Eu quero falar hoje, apesar de que o General me pede que seja breve, porque quero que meu povo saiba que estamos dispostos a morrer por Perón e que os traidores saibam que não vim aqui para dizer isso ao Perón como em 22 de setembro, mas sim que iremos fazer justiça com nossas próprias mãos.

Companheiros, companheiras: outra vez estou nessa luta, outra vez estou com vocês, como ontem, como hoje, como amanhã. Estou com vocês para ser essa ponte de amor e felicidade entre vocês e o líder dos trabalhadores. Estou novamente com vocês como amiga e como irmã e irei trabalhar dia e noite para a felicidade dos descamisados, porque estarei assim cumprindo com os deveres da Pátria e com Perón, trabalharei para aliviar as dores e restaurar feridas, porque estarei assim cumprindo com os deveres da Pátria e com Perón. E assim, como este primeiro de maio, eu e meu glorioso general, queremos que venham muitos e muitos anos, dentro de séculos, que venham as futuras gerações para ver o brilho de vida e eu e meu general, estaremos presentes.

Antes de terminar, companheiros, quero lhes deixar uma mensagem: que estejam alertas. O inimigo espreita, jamais perdoa um argentino, um homem de bem, o General Perón, que trabalha pelo bem-estar de seu povo e pela grandeza da Pátria. Os traidores que se vendem por quatro moedas estão também espreitando, para nos dar um golpe a qualquer momento. Porém somos humanos e eu sei que somos invencíveis, pois somos uma pátria."


Discurso de Eva Perón realizado no dia 17 de Outubro de 1945 

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