O trecho a
seguir pertence a uma entrevista dada por Alain de Benoist ao The Occidental
Quarterly, que foi publicada por Bryan Sylvain como “Filho da Europa: Uma
Entrevista com Alain de Benoist” The Occidental Quarterly, vol. 5, no. 3
(Fall 2005): 7–21.
Especialistas em psicologia evolutiva alegam que
há diferenças importantes entre os sexos, e que tais diferenças foram
adquiridas durante a evolução das espécies. O que faz o apelo da Nova Direita
apoiar seu “feminismo diferencialista”?
Primeiro a história. Desde o início, na Europa, as mulheres nunca foram
consideradas meros objetos. A dominação masculina, por outro lado, tem sido
legitimada pela teologia cristã, especialmente nos primeiros séculos, que
apresentou as mulheres como seres defeituosos e um “lugar de pecado”. Desde o
século XIX em diante, a sociedade burguesa tem constantemente reprimido os
valores femininos. Isso é o que justifica as demandas de mulheres.
Mas há duas formas de feminismo: o feminismo igualitário e o ‘feminismo’
identitário. O primeiro acha que a melhor forma de assegurar a promoção da
mulher é trabalhar para gradualmente borrar a distinção entre os papéis sociais
masculinos e femininos. As mulheres devem ser capazes de fazer “tudo o que os
homens fazem”, mas, nesse caso, o papel social masculino é implicitamente
tomado como modelo. O segundo, por outro lado, afirma que é possível afirmar a
igualdade das mulheres apenas com base na sua distinção. A nova direita suporta
a segunda tendência, representada em particular por Luce Irigaray, ao invés do
primeiro, representado em particular por Simone de Beauvoir ou Badinter
Elisabeth.
Por sua vez, a psicologia evolutiva mostra que as diferenças entre homens
e mulheres vão bem além de seus órgãos sexuais. Nos seres humanos, o próprio
cérebro é sexualmente dimórfico. Assim, o sexo não se reduz a "gênero",
a uma construção social (como reivindicado nos “estudos de gênero”, que são caracterizados sobretudo por sua esterilidade e monotonia extraordinária). O sexo
é uma realidade biológica na qual várias construções sociais são enxertadas. O
feminismo é, assim, completamente legítimo quando exige o reconhecimento do valor equivalente entre o que é distintamente feminino e distintamente masculino. Mas valores
equivalentes não significa indistinção.
Traduzido por Trebaruna em 10/01/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário